sábado, 24 de março de 2012

DE CARRO POR AÍ COM O NASSER











 edita@rnasser.com.br             Fax: 55.61.3225.5511 Coluna 1212 21.março.2012





Auto Argentino, uma exposição exclusiva aos carros dos hermanos
Um pequeno Isard 400, Coupé, 1961, exemplar da leva de microcarros produzido na Argentina, foi o preferido do público e ganhador da Categoria F no Concurso de Estado. Um Citroën 3 CV, 1973, foi o escolhido pelo voto dos expositores na 3ª. Expo Auto Argentino no domingo passado em gramado equestre na cidade de Moreno, a 40 quilômetros de Buenos Aires.
Curioso, no país detentor da mais rica e refinada frota de antigos na América do Sul, um carrinho com motor monocilíndrico, típico de motocicletas, leve a taça dos apreciadores dos veículos antigos. Mas só podia ser assim. O evento, como claramente informa, é para autos argentinos, um esforço nacionalista para salvar e preservar a história e a representatividade do empreendedorismo, da tecnologia aplicada pelos argentinos na variedade de produtos marcantes do evoluir de sua indústria. O vizinho país tem maior leque de marcas e iniciativas locais distante das grandes fábricas, e preserva referências como o surpreendente projeto e construção de motores – o belo V8 refrigerado a ar, em alumínio equipando o primeiro Justicialista é o melhor exemplo.
Há três anos, dois historiadores, Gustavo Feder e José Luiz Murgo, somaram seus arquivos e iniciativas para divulgar os feitos automobilísticos argentinos. Geraram serviços, histórias, um curso específico, e a melhor forma de expor a idéia de preservação, a exposição Auto Argentino. Parceiro, o Rotary Club de Francisco Alvarez, à frente um incansável Alberto Rosso, aderiu para divulgar, facilitar, envolver-se, e cobrar 10 pesos – R$ 5 – de entrada aos projetados 20 mil visitantes, destinando-os aos fins sociais onde se aplica. A festa vem num crescendo em divulgação, expositores, feira de peças, barracas de alimentação e, mais importante, a consciência do orgulho nacional por participar da história. Autoridades locais deram o ar da presença, Oscar Feliú, governador do Rotary, Mariano West, alcaide – prefeito – da cidade, parlamentares, dentre eles Eduardo Amadeo, articulador de projeto de lei para isentar os antigos de coleção da Argentina da inspeção de segurança veicular – como é a legislação brasileira – removendo ameaças de proibição de circulação e desaparecimento.

Vale a pena
Antigomobilistas brasileiros invadem Buenos Aires especialmente em outubro para ver a Autoclásica, maior das exposições de veículos antigos na América do Sul. Entretanto, nesta edição da Expo Auto Argentino havia apenas um: Roberto Nasser, Curador do Museu Nacional do Automóvel, convidado e tratado como Autoridade Brasileira para trocar experiências e visões do objetivo comum. O Museu é voltado aos veículos brasileiros e tem vivência ao realizar, há 10 anos, o Carro do Brasil, exposição a eles exclusiva, e com o mesmo foco adotado pelos vizinhos.
A Expo Auto Argentino é novidade para brasileiros. A olhos sem vivência histórica, quase todos os veículos são surpresas, apesar das décadas de trabalho para pavimentar a indústria automobilística na Argentina.
Os 21 clubes participantes afinaram a qualidade de seus representantes, dentre muitos a base de sua indústria da mobilidade no pós-guerra, Rastrojero, um picape estatal nascido com motor de trator; Justicialista, com motor próprio ou de gerador Porsche (!); Di Tella; picapes Gringo – uma variação criada pela IES, a fabricante do Citroën 2 e depois 3 CV; toda a renca de Chevolets, Fords, Chrysler lá montados. Em meio aos DKW – de cá doble vê, como pronunciam – a raridade do Face Fissore, modelo especial da Fratelli Fissore para Automotores Santa Fé, lá fabricante dos DKW Auto Union. Os Fissore desenvolveram o carro com seu nome para o mercado brasileiro. O nosso, elegante sedã duas portas. O argentino, cupê esportivo.
E coisas especiais, como Lotus Seven produzido by apointment of Anthony Colin Bruce Chapman, fundador da marca, e criações como esportivos para abrigar a mecânica dos Citroën 2 e 3 CV; um raríssimo Andino, esportivo com chassi próprio para portar entre eixos traseiro motor de Renault Gordini e R 12 – aqui, o Corcel. A meu gosto, a oportunidade de ver os Ford Taunus GT, Mustang em escala, com motor Ford 2.3 OHC feito em Taubaté; e IKA Torinos em profusão, incluindo a versão 380W afinada pelo mago Oreste Berta. O Torino tem base de Rambler norte-americano, carroceria acertada pelo ícone Pininfarina, mecânica envolvendo muitíssimos interessados, incluindo o penta campeão mundial Juan Manuel Fangio e Berta. Destaque para o Eniak Antique, linhas de esportivo inglês em chassi próprio e motor de origem coerentemente inglesa, o Dodge 1500 – base do nosso 1800. Projeto de Pedro Campo, engenheiro de carros de corrida e ultraleves, de ótimo comportamento dinâmico em suas 103 unidades.
Enfim, uma aula de antigomobilismo.
Vale a pena ? Si, como no, por supuesto ...
Próxima edição em março de 2013. O mês referencia a criação da IAME, estatal que deu base á indústria automobilística argentina. Nela, espera-se que o acordo operacional montado entre o Auto Argentino e o Carro do Brasil possa levar à 4ª. Expo o melhor automóvel escolhido no Carro do Brasil, invertendo-se o comportamento no Carro do Brasil 2014 recebendo o melhor da Expo Auto Argentino, escolhido em 2013.
Quem ganhou
( uma curiosidade, o julgamento é chamado Concurso de Estado. O júri é de colecionadores, indicados pela Federação de Antigomobilismo local, e usa os critérios internacionais. A pontuação se faz pelo Estado, daí o nome, indicando a proximidade visual entre o carro exposto e o original )
Concurso de Estado:
Categoría E: Siam Di Tella 1500 1960
Categoría F: Isard 400 coupé 1961
Categoría G: Citroën AZAM 28 1971
Melhor auto voto de público: Isard 400 coupé 1961
Melhor auto voto dos expositores: Citroën 3CV 1973

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Isard, melhor em duas categorias


O Justicialista: fiba de vidro, motor V8 em alumínio, projeto e construção argentinas. A Revolução de lá acabou com o projeto



Eniak Antique

Gazebo do Museu Nacional do Automóvel, de Brasília. À frente, um Miura nacional
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Anti-Mercedes, BMW, Audi, o Hyundai Genesis
A proposta é corajosa: vender o coreano Hyundai a preço de BMW, Mercedes, Audi, outros automóveis cujo preço os separa do primeiro degrau da motorização importada. Mas é a proposta da Hyundai com o Genesis. Sedã grande, motor V6, 3.8, 32 válvulas com abertura por gerenciamento eletrônico, 290 cv, câmbio automático com 8 marchas, ótima distribuição de peso, pacote de segurança e de confortos como tem sido marca dos sedãs coreanos da Hyundai e sua irmã Kia.
Vamos combinar, a qualidade dos coreanos tem-se imposto no mundo, sua capacidade em buscar designers ocidentais, de rechear os veículos de detalhes eletrônicos que geram conforto tem sido determinantes para as boas vendas.
Mas no Genesis a questão supera a da qualidade, colocando uma dúvida e seu resultado poderá ser dado para balizar o futuro do mercado: no Brasil os coreanos conseguem peitar os europeus no segmento superior de nome, tradição e imagem de status ? Você, com R$ 220 mil para investir na rubrica automóvel, trocaria um Mercedes, BMW, Audi, outro de marca tradicional por um Hyundai ? Resposta para os sociólogos das vendas.
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Hyundai Genesis

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Roadster, o MINI de boné
Fazer conversível é fácil: tira-se o teto, soldam-se uns reforços inferiores, e a engenharia maior é para fazer a capota funcionar bem. Para fazer o seu, chamado de Roadster, a BMW inovou: encurtou o plataforma para ser um carro exatamente para duas pessoas e sem ociosidade de espaço, como caracteriza este conceito revolucionário desde o fim da década de ´50.
Conseguiu resultado marcante, engraçado, divertido em estática e dinamicamente. Parado, sem capota é jovial. Com ela, divertido pois lembra um boné com a aba para trás.
Dinamicamente a relação entre a distância que separa os eixos e sua largura enfatizam o comportamento de kart, reativo e sempre à mão, direção elétrica, aparatos pró estabilidade. Para completar, motorizações 1.6, 16 válvulas, gerenciamento eletrônico para abertura, 120 cv.  Opção turbo – os motores usados pela Peugeot no 3008 e 408 – com 184 cv. Uma alegria, esta formiga atômica faz zero a 100 km/h em 7s e final de 227 km/h. R$ 132.950,00 na versão Cooper, aspirada, e R$ 144.950,00 na versão Cooper S, turbo.

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MINI Roadster


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Roda-a-Roda
Dúvida – A BMW ameaçou pela imprensa internacional suspender o projeto de construir fábrica no Brasil. Seria em SP ou SC e o produto, o BMW série 1. As vendas da marca caíram 75% nos dois primeiros meses do ano e não há regra para garantir rentabilidade. Sem lucro não há investimento.
A sério – O Brasil, por conta da falta de planejamento e programas, com medidas tomadas sem aviso e para resolver a conta do dia, como os 30 pontos sobre o IPI dos importados, está apagando uma das parcelas da conta exigida pelos investidores estrangeiros, a segurança jurídica.
União – Jaguar Land Rover fez acordo com a chinesa Chery. Os chineses farão Jaguar, Land Rover e fornecerão motores. Jaguar Ching Ling ... Já pensou ?
Datsun – Marca conhecida no mercado dos EUA pelo esportivo 240Z, será reativada pela Nissan, mas para rotular carros baratos nos mercados em desenvolvimento – incluindo o Brasil.
Chegando – Coreano, chega à Argentina o Sonic, substituto da GM para o Astra. No Brasil crê-se seja trazido desmontado. Versões hatch e sedã, decorações LT, LTZ e LTZ + automático, todos com motor 1.6 e 115 cv.
Versão – Série pequena, de 4.300 unidades, criada em cima do cavalo de batalha da Renault, o Sandero Stepway. É a Rip Curl, marca de roupa de surf. Para caracterizar, detalhes de decoração como maçanetas externas em inox e equipamento para guardar roupa molhada de surfistas. A R$ 43.990.
Dúvida – Apesar da imprensa garantir a produção do Lodgy no Brasil, a diretoria da Renault  nada resolveu. O Lodgy é outro produto no processo de Dacialização da Renault brasileira. Sua base é a mesma do Logan, Sandero, Duster. Supriria a ausência do Renault Scénic.
Organização – A Prefeitura de Osasco, Grande São Paulo, proibiu a circulação de veículos de carga com mais de 7,2 m de comprimento e 2,3 m de largura. Para organizar o trânsito, como ocorre na capital e nos municípios do ABC.
Caminho – Após conhecer a praça e seu potencial a SKF, fabricante sueca de rolamentos e serviços industriais, implanta plataforma regional de negócios. Começa em Macaé, RJ, e em seguida Três Lagoas, MS, Camaçari, BA e Belo Horizonte. Quer faturar R$ 6M com estas unidades.
Economia – Union Fibras, de Caxias do Sul fornecerá fibras de polipropileno para isolamento termo-acústico para as cabines feitas pela Real, de Novo Hamburgo. Com menores custos substitui a manta asfáltica. É reciclável.
Mudou – Nova cara mundial para os revendedores Ford, a "Trustmark" estará nas novas revendas ou nas reformas e troca de endereço da atual rede. Frente limpa, em cinza metal, pé direito duplo, envidraçado, oval da marca grande e em azul e o da revenda em letra caixa.
Mineirim – A fábrica Mercedes-Benz em Juiz de Fora, MG, ex-automóveis e transformada da produzir e montar caminhões, iniciou entregá-los. Seu poderoso frotista Femsa, engarrafador de Coca-Cola, foi o primeiro cliente dos modelos Accelo 1016C.
Moto – Em Belo Horizonte, o 3º MOTO FAIR. Curto, mas andando para cima. Ano passado, 80 expositores e 25 mil visitantes. Neste, 200 e com certeza maior público. 29 a 1º. de abril, na Expominas, Gameleira.
Mini Challenge – Para fomentar a marca, a MINI organiza uma temporada com oito provas. Pelas características dos carros, extremamente disputadas. Próxima, Interlagos, abrindo o campeonato, domingo, 25.
Afim? O MINI Challenge abre ótima oportunidade a pilotos amadores. Os carros são da organização, e a temporada completa custa R$ 160.000 – com três provas por etapa, significa R$ 6.665/prova, incluindo pneus, seguro, cobertura pela BandNews e BandSports.
Fórmula 1 – Cristina Kirscher, presidente da Argentina garantiu, o país retornará ao circuito da Fórmula 1 no próximo campeonato. Antes, a abertura da temporada era no Autódromo Municipal de Buenos Aires.
Circo – Circuito de rua, na cidade de veraneio de Mar Del Plata. Para o governo o resgate custará US$ 40M por edição. Investimento para colher gastos e impostos com negócios e visitantes? Ou político? O acordo é por três anos, a duração do mandato da presidente.
Antigos – Há 45 anos o Ford Gálaxie iniciou ser fabricado no Brasil. Solução local, com motor de caminhão F-600, V8, 4.500 cm³, 164 cv. Foi e é a grande referência de produto e construção no Brasil, primeiro a oferecer direção hidráulica e câmbio automático. Seu rodar confortável e imponência, levaram-no a ser utilizado por 20 anos como automóvel do Presidente da República.

3 comentários:

Anônimo disse...

É mesmo, o Galaxye marcou uma geração, atravessou várias conjunturas políticas, até que o Collor trocou por uma Elba...E hoje em dia, qual o veículo atual da presidenta?

Anônimo disse...

Queremos ver as barbas brancas do Sr.Nasser
Por favor publique a imagem.

José Rezende - Mahar disse...

CARO SR ANONIMO, NÃO TEVE A IMAGEM PORQUE ESTAVA LONGE DO MEU COMPUTADOR, EM SANTIAGO DO CHILE....E O CARRO DA DILMA AGORA É UM EDGE OU UM FUSION....