sábado, 31 de março de 2012

BIG BROTHER CHEGOU A SÃO PAULO...

MULTAR POR MÉDIA HORÁRIA: GOVERNO PAULISTA EXORBITOU
Postado no AUTOENTUSIASTAS por Bob Sharp



Rodovias paulistas: rumo ao inferno

A notícia estourou como uma bomba na última quinta-feira (22). Junto com cobrança de pedágio quilômetro a quilômetro a ser implantada e prevista para começar a funcionar no ano que vem – não mais por trechos, favorecendo quem hoje passa por uma praça de pedágio, paga, para deixar a rodovia logo adiante – vem a reboque a medição de velocidade computando o tempo gasto entre dois pontos sucessivos (ou não, fala-se de controle entre pontos distantes 100 km entre si).

O governo do pindamonhagabense Geraldo Alckmin saiu de órbita realmente. É olho grande (demais) no bolso dos cidadãos-motoristas. Não conheço maná melhor do que a nova e diabólica invenção. Se hoje já é enervante dirigir por causa dos pardais & radares, é fácil imaginar no que se transformará essa coisa tão prazerosa que é pegar uma estrada. Se transformará num inferno.

Tal como num rali de regularidade, as rodovias terão postos de controle (centenas) tanto para pedágio quanto para medir tempo (e calcular velocidade).

Eu soube pelo amigo e jornalista Emilio Camanzi que tal sistema de controle de velocidade começou a ser usado na Itália recentemente. Doideira pura. Já não se fazem mesmo italianos como antigamente. Acabou.

A Polícia Militar Rodoviária de São Paulo já andou ensaiando esse tipo de controle de velocidade. Bem no final dos anos 1980 fui a Rio Claro. Ia-se pela Via Anhangüera (SP-330) e tomava-se a Rodovia Washington Luís (SP-310), que atravessava Rio Claro. Logo antes de mudar de rodovia há um posto da polícia rodoviária e outro logo antes de Rio Claro. Neste posto fui parado e um policial me disse que eu havia excedido o limite de velocidade da rodovia (100 km/h) baseando-se no tempo decorrido entre os dois postos. Me autuou. 

Como sempre procurei conhecer bem o Código de Trânsito e as resoluções do Contran, vi ali uma autuação irregular (cronômetro já não era permitido, só radar) e recorri, obtendo deferimento.

Hoje a única forma de controlar velocidade por detetores de solo e radares, devidamente especificado pelo Contran na Resolução 396, de 13/12/2011:

"Art.1° A medição das velocidades desenvolvidas pelos veículos automotores, elétricos, reboques e semirreboques nas vias públicas deve ser efetuara por meio de instrumento ou equipamento que registre ou indique a velocidade medida (nosso grifo), com ou sem dispositivo registrador de imagem dos seguintes tipos:"
..


Está mais do que claro que é preciso medir velocidade para autuar quem esteja acima do limite. Mas como estamos em plena desordem jurídica –  a "lei seca" caminha para quarto ano e nada de regulamentação pelo Contran, apesar de a própria "lei seca" o determinar – o governo do pindamonhangabense vai dar um "jeitinho" de exercer a exorbitância. Podem apostar.

A facilidade de o governo paulista meter a mão no nosso bolso está na razão inversa da velocidade, baixa demais. Semana passada percorrri a autoestrada de apenas duas pistas algo estreitas que liga Santiago do Chile a Viña del Mar e o linite de velocidade é 120 km/h. Nas largas autoestradas paulistas o limite tinha de ser 130 km/h. Ou será que os argentinos são melhores motoristas e têm carros superiores aos nossos, pois têm o direito de andar a essa velocidade? Mas, não, se os limites aqui foram mundiais, adeus faturamento – para o governo Alckmin, no caso.


É muito fácil ficar com o traseiro aboletado numa cadeira, observar o tráfego por monitores e ficar escutando o plin-plin da caixa registradora.. Queria ver patrulharem de fato, carro policial na estrada, ter peito de fazer uma abordagem num carro com sacos de lixo nos vidros. Olhar o tráfego de dentro, observar atitudes suspeitas, direção perigosa e carros sem condições de rodar.

Tem mais: a sistemática de calcular velocidade pelo tempo em princípio será exclusivamente paulista, colidindo de frente com o princípio de que legislar sobre trânsito no Brasil é competência da União  Está na nossa Constituição..

É vergonhoso o que está por acontecer.

Nota do editor.: O sonho acabou: viajar de carro se tornou uma tortura, fazendo criminosos de cidadãos normalmente cumpridores da lei, tudo em nome de uma máscara de gente de bem defendendo o bem comum, mas que querem mesmo é arrecadar. E essa gente é eleita por suas próprias  vítimas mesmo. 
Não existe aqui o que deveria haver: uma educação de trânsito como mesmo a americana ou a perfeita que existe na Alemanha, permitindo que gente como Edmundo, o futebolista criminoso de trânsito, forneça a pretexto para essa fúria extorsiva que assistimos, tudo em nome da segurança de trânsito, como se fôssemos na maioria um bando de crianças idiotas e mal comportadas, carentes de repressão e a moderna e politicamente correta versão da surra de cinto, que realmente nunca tiveram educação. A solução é educar, e não construir gigantescas máquinas de assalto randômico! a maior prova disso é que mais de 90% das multas dessa máquina maldita são de menos de 105 de excesso, pegando os momentos de vacilo de um motorista sonolento pelos limites artificialmente baixos, feitos para serem infringidos. Até o Scaringella sabe que limite de velocidade é aquele em que 85% dos motoristas se sentem seguros nos carros modernos que dirigimos, e que tentam o tempo todo ir mais rápido pois são capazes de velocidades de cruzeiro muito superiores às que aos meninos mal comportados são liberados para andar. Portanto os limites são feitos para ser rompidos e dar lucro ao estado policial: viva a GESTAPO! Isso é uma democradura!
Lembrem-se disso nas próximas eleições – como faz falta aqui um Partido dos Motoristas – e votem em candidatos que tenham um discurso racional e lógico no tema ou aceitem o cabresto como bois rumo ao matadouro! 
Nada repõe o precioso tempo de vida que perdemos nos arrastando por estradas perfeitas, projetadas para velocidades de 160 km/h, e nós rastejando a 100 por hora! A vida é curta demais para esse desperdício!
Eu estou com quase 61 anos e curti muito os anos de liberdade sem um só acidente, os bons tempos de cobrir os 142 km de Campinas à via Dutra em 49 minutos, de ir de Lindoia ao Rio em 5 horas de Omega CD em plena segurança, sem ameaçar ninguém e tendo o maior prazer de minha vida: Tocar como um violino Stradivarius um excelente automóvel da forma como foi projetado. Bons tempos...

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