quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

DE CARRO POR AÍ COM O NASSER




edita@rnasser.com.br Fax: 55.61.3225.5511 Coluna 0212 11.jan.2012





Salão de Detroit – e nós com ele?




O NAIAS, salão promovido pelos revendedores regionais em Detroit, Michigan. EUA, é o indicador de como serão as disputas no mercado doméstico e seus reflexos no exterior com os produtos lá apresentados. É espécie de instrumento com dois ponteiros no mesmo gráfico, temperatura e freqüência, onde o ponto de encontro indica grandezas diversas quanto tempo e presença. Ano passado, congelado, como o rio Detroit que lhe passa ao lado norte, 735 mil pessoas arrostaram a fúria dos tempos e lá foram – para medir, esta é a freqüência no bianualmente ensolarado Salão do Automóvel em SP. Neste, temperatura mais civilizada, espera-se mais – assim como as vendas no mercado interno em recuperação.

Se daqui a décadas um jornalista especializado for pesquisar para entender as mudanças comportamentais no mercado norte-americano, encontrará esta Coluna na Internet ou a mágica tecnológica que a suceda, lendo, com algum tradutor automático, concluindo: em 2012 o maior mercado ocidental mudou, sedimentou a realidade da mudança, reduzindo veículos e motores em downsizing – a tendência condensadora de motores e automóveis, turbinada pela ecologia e leis.

Aqui p’ra nós, você alguma vez imaginou que os icônicos, imponentes, luxuosos – e grandes – Cadillac e Lincoln pudessem encolher? Pois é. Estão do tamanho do Ford Fusion. Não pense serem o Cadillac reedição do Cimarron, e o Lincoln da anterior versão sobre média plataforma Jaguar, com economias sensíveis e perceptíveis. Não. Ao contrário, são menores, para quatro passageiros, extremamente equipados em segurança e detalhes eletrônicos, de interação, de segurança. Na prática o luxo desce de patamar.

As três marcas norte-americanas – Chrysler, considerada pela origem, pois agora é da italiana Fiat – são as novidadeiras no segmento. Juntas, com apenas, 30% do segmento dominado pelas alemãs BMW, Mercedes, Audi, VW, japonesas Toyota e Honda, coreanas Hyundai e Kia, aí focam atenções.


Pouco espaço, a Coluna foca nos automóveis que estarão em nosso mercado.

Ford Fusion

Crescendo em vendas nos últimos seis anos, caiu na preferência do mercado e quer dar passo maior em busca dos líderes Toyota Camry, Nissan Altima e Honda Accord – os automóveis mais vendidos dos EUA. O Accord vendeu 2% sobre o Fusion. O segmento dos médios é 52%. Fez pacote mercadológico industrial refinando linhas – a grade frontal lembra os elegantes Aston Martin – segurança, a maior interconectividade do setor, decoração. Industrialmente comunizou a plataforma mandando-o à Europa para ser vendido como Mondeo, e serve de base ao novo Lincoln de entrada, que pretende diferenciar-se por linhas. Para agradar a todo leque de clientes terá propulsão por gasolina; gasolina-elétrico; apenas elétrico. A gasolina, L4 1,6; 2,0 ecobooster (turbo); 3,0 e V6 3,5. Para o Brasil V6 3,0, gasolina e gás-elétrico.



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 Fusion, todo novo, aqui em setembro
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Dodge Dart

Talvez o de maior interesse ao Brasil. O Dodge Dart é uma plataforma de Fiat Bravo/Alfa Romeo Giulietta, com motores Chrysler L4 2,0, 16v, 160 cv; ou L4 2,4; ou o conhecido 1,4 T-Jet de 160 cv, aqui utilizado pela Fiat. O estilo é da Chrysler e por isto tem o DNA da marca, sem cara de adaptação.

Referência que deve ser feita, Ralph Gilles, chefe do design da Chrysler, estava bastante apreensivo com a aprovação do Dart, primeiro produto da marca após assumida pela Fiat. Teve-a pelo ícone norte-americano do produto, ex-Ford, ex-Chrysler, ex-VP da GM, Bob Lutz foi ao stand da Chrysler, olhou o Dart, voltou-se a Gilles, cumprimentou-o, e disse: “Belo trabalho“. Uau.

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Dodge Dart
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BMW série 3

Refeito para ter mais potência e menor consumo, 10 cm maior, mais esportivo, tem a pretensão comum: vender mais. Três versões: Sport, Luxury e Modern. Os modelos mantém-se distanciados entre os números e a cilindrada do motor. O 328, por exemplo, pode sugerir 2.800 cm³, mas é quatro cilindros em linha, 2,0, dois turbos, fazendo em torno de 260 cv. O 335 tem motor L6, 3,0, biturbo, quase 350 cv.

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BMW Serie 3


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Possíveis, prováveis



Cadillac ATS

Novo, plataforma própria, focado e 10 cm maior que seu concorrente BMW série 3, Mercedes C, e, como estes, tração traseira, com a proposta de ser melhor e de ser o mais vendido da marca. Pretensioso, será feito também na China, em composição interessante: interior mesclando itens antagônicos como fibra de carbono e madeira; motor de 4 cilindros, L4, 2,0, turbo, impressionantes quase 300 cv; L4 2,5; e V6 3,6.

Possível vir ao Brasil ? Sim. A GM Brasil não se acerta com importados maiores que os carros locais, e este pode ser o complemento depois do tiro n ‘água que foi o Malibu.

Mercedes Classe C

Apesar do trombetear da imprensa brasileira interpretando pergunta ao presidente mundial da marca, é remotíssima possibilidade: a Mercedes acaba de adaptar a fábrica de automóveis de Juiz de Fora e iniciou fazer caminhões Actros e Acello. É preciso muita reversão de planos.

BMW

Virá, mas não será com Série 3, mas com um Mini não tão mini.

Land Rover

Declara-se interessada; ouve propostas e conversas; mas nada tem de sólido quanto a lugar, volume, modelos e tamanho da operação industrial.

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Roda-a-Roda



Comando – O governo norte-americano deu como cumprida as promessas da Fiat na gestão da Chrysler com a apresentação de veículo capaz de fazer 17 km/l de gasolina. O automóvel, sobre plataforma Fiat/Alfa chama-se, para agradar a torcida local, Dodge Dart.

Negócio – Passou-lhe as ações remanescentes e agora a Fiat detém 58,5%. Demais 41,5% são do UAW Veba, fundo de pensão de seus trabalhadores.

Terceirizada – Por acerto de trocas e sinergias tecnológicas, a Nissan dos EUA fará os motores de quatro cilindros Mercedes para os carros da ... Mercedes. O mundo dos negócios não tem credo, cor, ou bandeira. Fiel, só o consumidor.

Também – Marca Jeep, a mais sólida na Chrysler, desembarcou no Brasil o utilitário esportivo Compass, à espera da emissão dos documentos oficiais para venda. Norte-americanos, pagam impostos, e serão vendidos a R$ 99.900, na versão com motor 2,0, 4 cilindros, 16 válvulas, 160 cv, atracado a caixa com transmissão por polias variáveis, a CVT, e tração apenas nas rodas dianteiras.

A Jeep gosta do número. É o que custam o Cherokee Sport e o Jeep Wrangler.

Caminho – Bom sinal, o Range Rover Evoque foi considerado pelos jornalistas o Utilitário do Ano 2012 no Salão de Detroit, frente a concorrentes como os BMW X3 e o Honda CRV. O Evoque, o mais automóvel dos produtos Land Rover foi barrado pela mudança de impostos e custa, para começar, R$ 170 mil.

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 Evoque, premiado
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Acabou – A GM, que havia transformado a Saab numa Opel sueca, levando-a ao final, negou-se a ceder tecnologia a possível comprador. Assim, a empresa teve falência decretada. A chinesa Zongchen – que no Brasil faz motos em Manaus – comprou o maquinário.
Norte – Em dezembro a Nissan cravou 11.700 vendas – 3,6% do mercado global. A marca, mandou Carlos Ghosn, número 1 mundial, deve conquistar 5% até 2014. Maiores vendas, March, Versa, mexicanos.
Idem – A dacialização – os carros baseados nos conceitos de rusticidade e resistência dos carros Dacia, segunda marca Renault – dá certo no Brasil. A Renault lembra outra postura, a de fazer carros para se adaptar ás pessoas, e não o contrário.
Projeção – Pesquisa da consultoria KPMG International entre executivos das maiores empresas automobilísticas do mundo indicam o Brasil como 3º. mercado em 2016. Outra projeção, os BRICS representarão 40% da produção e vendas.
Mais uma – Norte-americana Paccar assentou pedra fundamental de sua fábrica brasileira de caminhões DAF em Ponta Grossa, PR. Junto quer pólo produtivo com 50 fornecedores. Investirá US$ 200M para produzir 10 mil unidades/ano a partir de junho 2013. Fará do Paraná segundo pólo automobilístico no país.
Chegando – A marca chinesa Zongfen é a terceira mais vendida do país ao vender em 2011 59 mil motocicletas. Líderes Honda e Yamaha, aqui há 35 anos.

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