quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

NASSER EM DETROIT












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Coluna 0211 12jan2011


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Salão de Detroit, recomeço e híbridos


O Salão de Detroit, em meio ao gelo e à neve, para o público norte-americano é visto como uma risonha e cálida manhã primaveril. Marca o retorno ao crescimento e retomada de consumo do mercado depois de encolhimento brutal; traz a aura de renascimento da Chrysler, puxada pelo novo 300, buscando exibir que o novo caminho para o consumidor não é o dos mini-carros, como proposto ao início da crise de 2008; e sinaliza para realidade dos carros híbridos e elétricos ainda distante mudança de conceito, embora projete que representarão 25% das vendas em 10 anos.


Exibe atrativos e picos de tecnologias: o convívio com novas conquistas na redução de emissões, incluindo harmonia entre motores e baterias, obtendo consumo e autonomia recordes; o uso das facilidades de comunicação eletrônica em maior interatividade entre carro e motorista – nos BMW, por exemplo, um sistema reconhece a cara do motorista e ajusta os comandos de acordo com a última condução...


E há o nicho do carro caro e performático, como o Porsche 918 RSR, mistura de Ford GT com Mercedes Gull Wing, gt, V8, 4.800 cm³, biturbo e 563 cv de potência a nada modestas 10.300 rpm. Com motores elétricos frontais, somando 150 kW, se demandados, a realidade é da produção de 767 cv. Não virá para o Brasil.




           Porsche 918 RSR, cruza de Ford GT e Mercedes Asa...


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Neste pacote de referências inalcançáveis, de veículos não-importados, está o novo Passat, o maior da série, projeto alemão, construído na fábrica VW no estado do Tennesee. Confortável, hígido, mas sem instigar os sentidos. Também não virão ao Brasil os novos Ford híbridos, mesclando motores a gasolina, geradores elétricos, baterias de melhor performance, menor peso, e recarregáveis na tomada elétrica doméstica. Serão os C-Max Energy e Hybrid, norte-americanos e, a partir de 2013, espanhóis, para a Comunidade Europeia.




Quem virá


Das novidades, virão ao nosso mercado o novo Chrysler 300. US$ 1B em investimento, redesenho por mão italiana, maior, teto mais baixo, grade suavizada, amplo conforto interno, querendo ser o novo padrão de sedã para os EUA.


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                                 Chrysler 300, outro carro


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Audi A6 será outra novidade palpável: menor, mais baixo, mais largo e adicionais 7 cm entre-eixos, garante conforto interno.


Entretanto, sob o aspecto industrial, a mais próxima é o utilitário esportivo hoje chamado Conceito Vertrek. Não será o substituto do novo EcoSport, baseado na plataforma do New Fiesta, hoje importado do México. Mas o será feito na Argentina, sobre a plataforma do novo Focus, e sobre ela se pretende construir entre automóvel e o novo utilitário esportivo, mais de 2M de unidades até 2012. Elegante, marcante, entrosado com a filosofia Ford, pequeno motor 1.6 Ecoboost – um turbo – e opção do L4 2.5 e 163 cv, atualmente empregado no Fusion. Ambas concorrerão com os importados soltos no mercado – Hyundai Tucson e I 35; Kia Sportage; GM Captiva; Honda CR-V e Toyota RAV2.


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Maior, conceito Vertrek da Argentina fará dupla com o novo EcoSport.




Roda-a-Roda


Fica – Das muitas declarações no Salão de Detroit, uma, a de Sergio Marcchione, presidente da Fiat e da Chrysler, interessa ao Brasil. Disse, a Alfa Romeo não está à venda – como especulado há meses. Fica e terá novidades.


Questão - Ao Brasil interessa saber se o Giulietta, carro de entrada nos EUA, será feito no México. Sendo, terá passaporte vermelho filhos-do-Lula, ou seja, sem dificuldades de alfândega. Mas, construído nos EUA, passaporte comum, pagando imposto de importação.


Realidade – Conhecendo o mercado, o importador da Kia instigou a fábrica coreana a desenvolver versão flex para o motor 1.6 16V do Soul. Com etanol produz 126 cv – 2 a menos com gasolina – e 16,5 kgmf de torque – 0,5 kgmf a menos com o gasalcool. Preços variados. Diz a fábrica, R$ 52.900. Nos revendedores a conversa gira em R$ 60 mil.


Atração – Contraindo a Síndrome de Logus, a Citroën aumentou a garantia de alguns produtos para três anos. Agora, além do Aircross, os C4 Picasso, Grand Picasso, e C5 foram incluídos. Como garantias atuais não são reflexo de qualidade, mas argumento de venda, C3 e Picasso continuam com 1 ano.


Expansão – Concessionária Peugeot em Brasília, e aí operando há um ano revenda Subaru, a Champion Subaru associou-se em Fortaleza, CE, e abriu negócio para distribuir estes bons japoneses.


Pé – O grupo Magna, construtor de automóveis para terceiros, aumenta sua presença no Mercosul. Depois de iniciar fábrica no Brasil, de comprar a Resil, mineira construtora de estrutura de bancos, adquiriu a Pabsa na Argentina, fabricantes de bancos e com 25% do mercado. Agora a razão social é Magna Seating.




Desenvolvimento – RS, SC, Pr, e SP disputam sediar a fábrica de caminhões pesados da recém criada NC2, joint venture da Navistar International com a Caterpillar. Pelo investimento de US$ 120M não é negócio grande, mas a geração de atividade econômica em seu entorno interessa a todos os estados.


Também - Não será surpresa se Goiás, correndo por fora, se der bem. O governador Marconi Perilo colocou Goiás no mapa industrial ao atrair Mitsubishi e CAOA.


Mercado – Vai comprar carro novo ? Não se esqueça de pedir desconto adicional pelo fato de, em 2011 comprar ano-modelo 2010/2011.


Peculiar – Design interessante, ambivalente para on e off road, a alemã Sachs MadAss 125 é vendida pela importadora Barah. Diferente, bem equipada com freios a disco em ambas as rodas, partida elétrica, painel digital, suspensões reguláveis, motor 125, 4 tempos, 2 Válvulas e 8,1 cv a 8.400 rpm. Não é para motoboy, mas comprador de charme: R$ 8.900,00.


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                      Sachs, interessante, insólita, personalista


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História 1 – A Sachs é das marcas mecânicas mais antigas. Fez motos e motores 2 T, criou a embreagem Sax-O-mat, avó dos câmbios automatizados, e fabrica embreagens comuns.


# 2 - Dia 29 a Mercedes festejará 125 anos do registro da patente do triciclo motorizado Benz, origem da marca. Gere com competência sua história, capitaliza institucionalmente sobre a bagagem tecnológica, ao contrário da meia dúzia de co-etanos que olham o passado como um peso e, usando antolhos, importam-se apenas em vender o carro do dia.


Rés-do-chão - Abandonando o incontestável dado histórico, nivelam-se aos sem história. Deixam o argumento diferenciativo e perdem. Aqui p´ra nós. Entre um Mercedes, Ford, Alfa, Peugeot, Renault, ou Audi com cem anos de história, tecnologia, responsabilidade, e um chinês que copiou os coreanos, que copiou os japoneses, que copiaram os norte-americanos, qual você compraria ?


Gente - Rodrigo Hernandez, 39, engenheiro mecânico, especialização em Comércio Internacional, promovido. OOOO Novo gerente nacional de vendas da Citroën, onde está há 10 anos. OOOO Alan Mulally, presidente da Ford, reconhecido. OOOO Diz a revista Motor Trend ser a personalidade mais influente da indústria automobilística mundial. É. OOOO Seus atos de coragem salvaram a Ford, mantendo-a como única remanescente do outrora passado de glórias da indústria automobilística dos EUA. OOOO Sergio Marcchione, no. 1 da Fiat e da Chrysler, personalidade maior do Salão de Detroit. OOOO Presença marcada por tumulto maior, com séquito e imprensa. OOOO Wilson Carlos da Silva, antigomobilista paulista, dedicado a Ford T, passou. OOOO


Um comentário:

Unknown disse...

Mahar, de que adiantará a Giulietta ser feita no México e vir sem imposto de importação se a Fiat vai fazer como todas as outras e vendê-lo pelo preço dos seus concorrentes importados, pois com preço mexicano (e próximo aos 55 mil Reais, no máximo), ela acabaria com as vendas do Bravo e até mesmo do Punto, equipados de fábrica com larga margem de lucro, mas sem equipamentos decentes? Vindo de um lugar ou de outro, vão colocar pra concorrer com BMW 120i, Mercedes Classe B e até Volvo C30... na faixa dos módicos 100 mil.

Gostaria que o mercado brasileiro evoluísse, fosse igual ao europeu (onde uma MiTo parte de 13 mil Euros, e um Polo também, mas aqui é o que se cobra por um Gol pelado, enquanto os citados e seus concorrentes são fartos de itens, primncipalmente de segurança) e eu não tivesse de rir da cara do vendedor da Lamborghini quando ele me disse que o Murciélago custa 250 mil Dólares nos EUA (o que pra eles é uma fábula) e falei que custa 600 mil no Brasil...

Ser Alfista aqui no Brasil tá complicado! Comprar carro, com essa nova lei dos 40% de entrada, e sem redução nenhuma dos juros, só faz a situação piorar! Nos EUA faz-se em diversas vezes SEM JUROS, além de lá haver preços honestos.

Abraço!
Fabrízio