sábado, 13 de novembro de 2010

Honda Elétricos: Insight e CRZ


Fanfare for the common man.





Se você estiver mesmo preocupado com o ambiente, mas não quiser abrir mão dos confortos da vida moderna, a Honda lhe oferece duas alternativas viáveis:
No primeiro caso, você ficará extasiado com o CR-Z, um cupê híbrido de apenas dois lugares que é o legítimo sucessor do saudoso Honda CR-X da década de 80: leve (para os padrões atuais, 1130 kg) pequeno, ágil, de estrutura verdadeiramente “trancada” de tão rígida, verdadeiro deleite para quem deseja um carro de múltiplas personalidades implícitas em 3 modos de condução (normal, econômico e esportivo): fica a seu critério a escolha de um carrinho pacato e prático para o dia a dia ou um verdadeiro demônio disposto a atacar estradas e autódromos.
HONDA CRZ
Os que já constituíram família e precisam de um carro ara ir ao supermercado digno de carregar uma família e toda a sua tralha ficarão satisfeitíssimos com o Insight, um hatchback que, apesar de ter sido baseado no Fit, mais parece um Civic com porta-malas realmente capaz para um casal e dois filhos. Padrão de acabamento Honda (excelente), qualidade de construção impecável e todos os atributos suficientes para conquistar um público que necessita de um produto prático e funcional, sem muita firula.
Comum a ambos é o sistema híbrido paralelo IMA (Integrated Motor Assist), composto de um compacto motor elétrico “ensanduichado” entre o motor de combustão interna e a transmissão: muito semelhante em forma a um volante de balanceamento. O pequeno motor elétrico é capaz de fornecer a assistência necessária para que o motor de 1.5 litro e 16 válvulas do CR-Z se comporte como um moderno motor de 2 litros.
Atuando em conjunto, os dois propulsores geram uma potência de 124 cv, mas a real sensação é a de que embaixo do capô há uma competente usina de mais ou menos 150 cavalos, tamanha a competência da “patada” em baixa rotação proporcionada pelo motor elétrico. Em um “teste cego” ao volante, absolutamente ninguém diria se tratar de um veículo híbrido: seria confundido como qualquer outro carro a venda no mercado.

Honda CR-Z
 Os afortunados comandam seis marchas com alavanca no assoalho em padrão H, com o bom e velho pedal de embreagem (como no Civic Si). A direção com assistência elétrica é precisa e com peso correto. As suspensões (tradicional esquema McPherson dianteiro, eixo de torção traseiro) apresentam comportamento irrepreensível, ainda que o asfalto do autódromo seja tão liso como a fórmica de uma pista de boliche.


O Honda Insight
No caso do Insight, trata-se de um motor de combustão ainda menor, de apenas 1,3 litro, mas que mostra desenvoltura suficiente para fazer acreditar embaixo do capô haver um motor comum a qualquer Civic nacional, de 1,8 litro. Nos dois automóveis, é realmente incrível ver o “display” no painel indicando o trabalho do motor elétrico. Ele também atua em conjunto com o sistema de frenagem regenerativa responsável pelo carregamento das baterias localizadas na parte traseira do veículo (e que não atrapalham o ótimo espaço para bagagens).
Em ambos está presente o ótimo sistema Stop-Start, que auxilia na redução do consumo: interrompe o funcionamento do motor de combustão interna em breves paradas no trânsito: basta engatar qualquer marcha do CR-Z para ativar o motor instantaneamente. No Insight (dotado de transmissão CVT), basta um leve toque no acelerador e tudo volta a girar pela velha e boa combustão interna.
Honda Insight
Apesar da expectativa, a Honda afirma que a simples apresentação dos modelos não significa que Insight e CR-Z estarão disponíveis no mercado: O que realmente importa é conhecer o grau de tecnologia já alcançado pelo sistema híbrido, que poderá ser adotado no Brasil em um prazo bem curto (estimativa própria, 5 anos ou menos) em nossos Civic, Fit e City fabricados em Sumaré.
Para contornar a questão do custo, acredito que o departamento de relações governamentais já estuda barganhar subsídios para os carros híbridos, como acontece no Japão: com tais incentivos, o Fit híbrido já é o modelo Honda mais vendido na terra de Soichiro. É a prova de que um pequeno empurrão pode ser suficiente para que novas tecnologias caiam nas graças do público, permitindo que o preço caísse naturalmente com a adoção da escala industrial.
A grande incógnita, diria um espírito zombeteiro, é o preço de reposição do conjunto de baterias de lítio, material em grande parte dominado por Hugo Morales, o líder Boliviano. Lá ficam as maiores reservas de lítio do mundo e esse monopólio pode ser pior do que os árabes...
Mas ao contrário do que se pode imaginar, não se trata de “rocket science”, não é produto que foi a Marte e voltou. É tecnologia palpável, lentes para a visão de um futuro que já chegou e está se enraizando, um caminho sem volta que não dependerá de tais incentivos para sobreviver. É fanfarra para o homem comum e não apenas para os abastados ou antenados de consciência ecológica.
O futuro pertence a Deus. E aos híbridos!


TEXTO DE FELIPE BITU para o Mahar Press

Um comentário:

Unknown disse...

O pessoal da sustentabilidade está se esforçando pra termos carros eficientes e que não agridam ao meio ambiente. Agora só falta desenvolvermos um sistema altamente tecnológico para fazermos a população parar de jogar lixo pela janela dos carros...rs... Brasil, um país de todos!