sexta-feira, 12 de novembro de 2010

De carro por aí com o Nasser




End eletrônico: edita@rnasser.com.br Fax: xx.61.3225.5511Coluna 4610 nov.10.2010


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Novos carros caros querem novos brasileiros ricos
Dentre as características inexplicáveis no Brasil está a existência de expressivos nichos de ricos, consumidores de classe AA. O fato de Brasília ter uma frota de jatos particulares maior do país em nível de média norte-americana, é uma surpresa, como também é estudo de uma das marcas de automóveis refinados atuando no Brasil, portando dado surpreendente: mais de 100 mil brasileiros tem aplicações financeiras superiores a US$ 1M – livre, sem contar patrimônio imobiliário ou renda mensal.
Isto explica a chegada das marcas de automóveis mais caros e desejados – Ferrari, Porsche, Lamborghini, Aston Martin, Bentley – e seus recordes de vendas.
Incentiva, também, o surgimento de pequenos fabricantes brasileiros que tratam seus novos produtos como se fossem jóias exclusivas, caso do Vorax da Rossin-Bertin, exposto no recém encerrado Salão, e do agora anunciado Donin-Rosset. Ambos tem desejo comum: instigar pequena parte deste insuspeitado grupo de milionários a quebrar o cofrinho.
Bem iguaisNomes, propostas, produtos, métodos, materiais, indústria e comércio parecidos.
O Vorax é junção de capital e indústria entre Natalino Bertin Jr, do Grupo com seu nome, conhecido pela destacada atuação agro-pecuária. Rossin vem de Fahres Rossin, ex-engenheiro da GM.
O DoniRosset também se referencia a pessoa física. No caso, o patriarca Doni, da família Rosset. Projetista do automóvel, o designer Fernando Morita, da Amoritz GT.
Em ambos, mecânica importada. No caso do Rossin-Bertin Vorax, de BMW V12 6.0 e 570 cv de potência. Para mover o DoniRosset, motor Chrysler V 10, 8.4, conhecido como motor do Viper, modificado para consumir etanol, garante-se produzir curiosos e aparentemente cabalísticos 1007 cv de potência. Se ambos se viabilizarem por certo o Vorax terá motor mais forte apenas por razões de marketing.
Detalhes
O Vorax porta chassi periférico de tarugos de alumínio, carroceria com planos atrevidos, lembrando a corajosa escola apresentada pelo polêmico designer alemão Chris Bangle, para a BMW. O material da carroceria é a fibra de carbono. Mede 4,72m de comprimento; 1,95m de largura; 1,27m de altura, pesando 1.300 kg.
Para o DoniRosset outras semelhanças: comprimento 4,70m; 2m de largura. Pequenas diferenças, o Vorax existe em duas ou três unidades iniciais, porém Rosset apenas se materializará nos próximos meses.
Outra semelhança é a desentralização industrial. Os dois industriais nada querem com áreas conhecidas e confusas. O Vorax será construído em Blumenau, SC, possivelmente atraído por acenos tributários e facilidades oferecidas pelo governo de Santa Catarina, carente por uma indústria automobilística. Quanto ao DoniRosset, seu acionista controlador tem um ponto de vista bugattiano. Ettore Bugatti, brilhante artista que produzia seus automóveis em castelo na fronteira entre França e Alemanha, não perdia o vínculo com a elegância e as facilidades de morar num lugar pequeno, com trabalhadores residindo nas vizinhanças, mantendo clima de ótimo convívio, dedicação e respeito. Rosset quer fazer coisa parecida. E, tanto por quantidade, quanto por manufatura com intensa aplicação de personalizada mão-de-obra, torna o negócio factível, por não exigir logística intensa e volumosa. Assim, se prefeitos de cidades pequenas e simpáticas quiserem atrair o investidor, falem com assessor: Marcelo Picolo, E-mail: divulgacao@fabricadenoticias.com
Finalmente, além da diferenciação de proposta, o Vorax projeta construir 700 unidades/ano enquanto DoniRosset limilitar-se-á a exclusiva meia centena. Atingiu, acabou. Quanto a preços, o Vorax tem estabelecido em R$ 700 mil. A etiqueta de preço pendurada na etéria chave do DoniRosset terá escrito número superior a R$ 2M – ou três Vorax. Exclusividade tem seu preço – não é barato. Quanto á postura industrial, a Rossin-Bertin garante entregar encomendas até o final de 2011, enquanto a Rosset pede dois anos pós inscrição.
Dará, darão certo ?Parece irrelevante. O importante é o surgimento de produtos nacionais com postura absolutamente diferente das lembradas há alguns anos, quanto esportivo nacional era uma carroceria em fibra de vidro, moldada como Puma, para ser aplicada sobre plataforma de Volkswagen. As propostas indicam um amadurecimento do nosso mercado.
                                         Vorax Rossin-Bertin, R$ 700 mil

                                             DoninRosset, três Vorax


Sai o novo Ford F 150, mais vendido dos EUA
Há 33 anos o automóvel mais vendido no mercado norte-americano é um picape, o F, da linha Ford. E neste, a companhia se contrai, preparando-se para saltar sobre o mercado com seu principal produto, o F 150 – que, feito aqui seria F 1000. Lá, está sendo apresentado como o “Caminhão do Futuro”. Com um leque de motores, de V6 3.5 a V8 6.2 e 411 cv e um caminhão de torque, abre o caderno de serviços para mostrar sua adequação ao serviço pesado.
Novidades não se resumem ao estilo, mas na adoção de motores fortes porém econômicos e de baixas emissões, novo apelo do comprador dos EUA. A versão na qual mais se aposta é dotada do motor Ecoboost, um V6 3.5 injeção direta, turbo, fazendo 365 cv, transmissão hidráulica de 6 velocidades e preço começando em equivalentes R$ 40 mil.
Para promover a linha 2011, a Ford fará um Road-Show por 60 cidades norte-americanas, levando todas as opções entre cabine, motor, câmbio, para testes dos interessados especialmente quanto aos ganhos de redução do tamanho do motor produzindo mais força e gastando menos.
                                             Novo picape F 150


­­­­Roda-a-Roda
De novo – Outro re-call para automóveis Toyota: em torno de 1,5M, no Japão e resto do mundo, incluindo Lexus, o segmento luxuoso da marca. Problemas na bomba de combustível – faz o carro parar de funcionar – e de perda de pressão no auxiliar de freios, aumentando o peso do pedal.
Sócia – Trina Solar, chinesa líder em equipamentos fotovoltaicos – que captam energia solar e transformam em elétrica – nova patrocinadora da Equipe Renault de Fórmula 1. Quem tem tecnologia elétrica e cabeça, se cola na marca francesa, líder no processo de viabilização de carrinhos elétricos urbanos.
Escrita – A Ford encerrou a assinatura Ghia identificadora das versões de maior apuro decorativo. Agora chama-as Titatium.
Coisa comum, uma grande empresa compra o ateliê criativo, e logo o paquidermismo das ações acaba com a criatividade, subjuga-a ao seu peso e, em pouco tempo, nem se sabe o porquê da compra.
Ghia – Era famoso ateliê italiano, criado por Giacinto Ghia, aos brasileiros seu projeto mais famoso foi a minimalização do projeto Alfa de Mario Boano para viabilizar o Karmann-Ghia. Comprado pela Ford, nada mais criou a não ser detalhinhos. Agora acabou, sem lembranças.
Retomada – A GM prepara lançamento de ações no mercado. Quer fazê-lo em valor bastante a gerar capital para quitar as contas com bancos e com o governo norte-americano, seu atual controlador. Voltaria a ser iniciativa privada, menor, porém sem mando oficial.
Simples – A Toyota apresenta a linha de utilitários esportivos RAV4. Novidade é a opção com tração apenas no eixo dianteiro – deveria, por coerência, chamar-se RAV2 ... Sem o adjutório da tração total tem a versão simples a R$ 92.500 e a com tração total, R$ 106.800. Motor 2.4, 170 cv, transmissão hidráulica pobre, com 4 velocidades.
Sapato – Para os utilitários esportivos e picapes grandes, Ford Ranger e 250, Toyota Prado, Mitsubishi L 200 e Pajero Full, a Michelin lança pneus radiais com os desejos dos motoristas: freiam em menos distância, duram até 48% mais, escoam melhor a água da chuva. São os LTX M/S2.
Hots – Em Curitiba, final de semana, 3º. Encontro Brasil Curitiba de Roadsters. Esperam-se 200 automóveis na conhecida miríade técnica, de mecânica feita limpamente a tragédias descompromissadas, como são os hot nacionais. Espera-se, do encontro, surja proposta factível para dar base ao reconhecimento pela legislação de trânsito. No Parque Barigui.
Ligada – Aplicativo gracioso de iPhone para os carros Ford permite acesso a série de informações sobre manutenção do veículo e nove funções, incluindo chamada para socorro monitorada por GPS. Grátis no Apple Store, digitando Ford ou assistência. A Ford investe para ter clientes se sentindo bem cuidados.
Tacaro – A palavra, aparentemente pronunciada por um sintético japonês ao saber do preço dos Nissan Livina, ligou o alarme na montadora nipo-paranaense. Estava aí a primeira dificuldade em vender os automóveis. Agiu no óbvio, reduziu os preços, resultados surgiram: em outubro suas vendas cresceram 46% sobre setembro. Abelardo Pinto, diretor comercial, ex-Renault e ex-Ford, não quer gangorra, mas crescimento consistente.
Ecologia – A Toyota anuncia método ecológico Ecofactory no erigir sua fábrica em Sorocaba, SP, onde fará carro pequeno em números grandes.
O projeto de redução de emissões passa pelas atividades industriais da Toyota, trilha o caminho certo, sai de casa. No transporte rodoviário de materiais, peças e carros, diz ter reduzido emissões em 15%. Se verdadeiro, bela conquista.


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